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Intensivo nas férias.
Intensivo nas férias.
EXERCÍCIO DE ARGUMENTAÇÃO
QUE SERVE PARA A REDAÇÃO DA UNICAMP.
NÃO SE ESQUEÇA DO PIG:
PROPOSTA+INTERAÇÃO ( QUEM FALA E COM QUEM FALA) E GÊNERO DE TEXTO (SIGA O GÊNERO PEDIDO
PELA BANCA)
PROPOSTA
Você participará de um debate, on line, sobre a polarização política no
Brasil, ou seja, sobre as discussões entre ‘coxinhas’ e ‘esquerdistas’.
Sua professora particular encarregou-o de fazer - e de ler - um resumo deste texto, expondo o ponto de vista ( a tese) de Peter
Singer e sua argumentação.
O texto destina-se aos internautas.
O texto destina-se aos internautas.
Desde 1949, quando os
comunistas de Mao Tsé-tung saíram vencedores na guerra civil da China, até à
queda do Muro de Berlim 40 anos depois, o significado histórico de Karl Marx
era insuperável. Quase quatro em cada dez pessoas da Terra viviam sob governos
que se diziam marxistas e, em muitos outros países, o marxismo era a ideologia
dominante da esquerda, enquanto as políticas da direita se baseavam
frequentemente em como combater o marxismo.
No entanto, com o colapso do comunismo na União Soviética e nos
seus satélites a influência de Marx caiu a pique. No aniversário dos 200 anos
do seu nascimento, a 5 de maio de 1818, não é despropositado sugerir que as
suas previsões foram desmentidas, as suas teorias desacreditadas e as suas
ideias se tornaram obsoletas. Então, porque deveríamos interessar-nos pelo seu
legado no século XXI?
A reputação de Marx foi gravemente prejudicada pelas atrocidades
cometidas por regimes que se diziam marxistas, embora nada nos diga que o
próprio Marx teria apoiado tais crimes. Mas o comunismo entrou em colapso em
grande parte porque, tal como praticado no bloco soviético e na China de Mao,
não conseguiu proporcionar às pessoas um padrão de vida que pudesse competir com
o da maioria das pessoas nas economias capitalistas.
Esses fracassos não refletem falhas na representação de Marx do
comunismo, porque Marx nunca fez tal descrição: ele nunca demonstrou o menor
interesse nos detalhes de como funcionaria uma sociedade comunista. Os
fracassos do comunismo tiveram origem numa falha mais profunda: a concepção
errada que Marx fazia da natureza humana.
Marx pensava que não existia uma natureza humana inerente ou
biológica. A essência humana é, escreveu ele nas suas Teses sobre Feuerbach,
"o conjunto das relações sociais"; de modo que se se modificam as
relações sociais - por exemplo, mudando a base econômica da sociedade e
abolindo a relação entre capitalista e trabalhador - as pessoas na nova
sociedade serão muito diferentes daquilo que eram no capitalismo.
Marx não chegou a essa convicção através de estudos detalhados
da natureza humana sob diferentes sistemas econômicos. Foi, antes, uma
aplicação da visão de Hegel da história. Segundo Hegel, o objetivo da história
é a libertação do espírito humano, que ocorrerá quando todos entendermos que
somos parte de uma mente humana universal. Marx transformou esta visão
"idealista" noutra "materialista", na qual a força motriz
da história é a satisfação das nossas necessidades materiais, e a libertação é
alcançada pela luta de classes. A classe trabalhadora será o meio para a
libertação universal, porque é a negação da propriedade privada e, portanto,
dará início à propriedade coletiva dos meios de produção.
Marx pensou que quando os trabalhadores possuíssem coletivamente
os meios de produção, as "fontes da riqueza cooperativa" fluiriam
mais abundantemente do que as da riqueza privada, tão abundantemente, de facto,
que a distribuição deixaria de ser um problema. Por isso ele não viu necessidade
de entrar em detalhes sobre como os rendimentos ou os bens seriam distribuídos.
Na verdade, quando Marx leu uma proposta do programa para a fusão de dois
partidos socialistas alemães, classificou frases como "distribuição
justa" e "direitos iguais" como "lixo verbal
obsoleto". Elas pertenciam, pensava ele, a uma era de escassez a que a
revolução poria fim.
A União Soviética provou que a abolição da propriedade privada
dos meios de produção não altera a natureza humana. A maioria dos humanos, em
vez de se dedicar ao bem comum, continua a procurar poder, privilégios e luxo
para si e para os que lhe são próximos. Ironicamente, a mais clara demonstração
de que as fontes da riqueza privada fluem mais abundantemente do que as da
riqueza coletiva pode ser vista na história de um grande país que ainda
proclama a sua adesão ao marxismo.
Com Mao, a maioria dos chineses vivia na pobreza. A economia da
China só começou a crescer rapidamente depois de 1978, quando o sucessor de
Mao, Deng Xiaoping (que proclamou que "não importa se um gato é preto ou
branco desde que apanhe ratos") permitiu a criação de empresas privadas.
As reformas de Deng acabaram por tirar 800 milhões de pessoas da pobreza
extrema, mas também criaram uma sociedade com maior desigualdade de rendimentos
do que qualquer país europeu (e muito maior do que os Estados Unidos). Embora a
China ainda afirme que está a construir "o socialismo com características
chinesas", é difícil discernir na sua economia algo que seja socialista e
muito menos marxista.
Se o pensamento de Marx já não é uma influência significativa na
China, podemos concluir que na política, como na economia, ele é de fato
irrelevante. No entanto, a sua influência intelectual permanece. A sua teoria
materialista da história, numa forma atenuada, tornou-se parte da nossa
compreensão das forças que determinam a direção da sociedade humana. Nós não
temos de acreditar que, como Marx disse incautamente uma vez, o moinho movido à
força de braços nos dá uma sociedade com senhores feudais, e o moinho a vapor
uma sociedade com capitalistas industriais. Noutros escritos, Marx sugeriu uma
visão mais complexa, na qual há interação entre todos os aspetos da sociedade.
O aspeto mais importante da visão de Marx da história é
negativo: a evolução de ideias, religiões e instituições políticas não é
independente das ferramentas que usamos para satisfazer as nossas necessidades,
nem das estruturas económicas que organizamos em torno dessas ferramentas e dos
interesses financeiros que elas criam. Se isso parece óbvio de mais para
precisar de ser dito, é porque interiorizámos essa visão. Nesse sentido, hoje
todos somos marxistas.
Professor
de Bioética na Universidade de Princeton
http://zelmar.blogspot.com/2018/05/sera-marx-ainda-relevante.html
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APROVEITE E SAIBA MAIS SOBRE MARX
BIO
https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx
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