sexta-feira, 12 de julho de 2019

Proposta de Redação: o ódio e a polarização na política brasileira


ilustração da Profa Rose


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                                 PROPOSTA 

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema: ódio e polarização na política brasileira. Apresente proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

 ‘’Do mesmo modo como as manifestações da semana passada em favor da reforma da Previdência e de outras propostas do governo não podem ser confundidas com o golpismo explícito de uma minoria estridente, os protestos da quinta-feira passada contra os cortes na Educação não podem ser vistos como um movimento capitaneado pelos petistas que ali estiveram. Em ambos os casos, pessoas comuns, sem vinculação partidária ou sindical, exerceram seu legítimo direito de manifestação, sem incidentes e vandalismo, sintoma de uma democracia saudável.
Contudo, os irresponsáveis não se dão por vencidos. Na passeata dos estudantes contra o governo, havia carros de som da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT, além da presença dos conhecidos oportunistas dos movimentos de sem-terra e de sem-teto. Em Brasília, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, subiu num carro de som, prometeu mobilização permanente nas ruas e desafiou o presidente Jair Bolsonaro: “Nós não temos medo de você”.
Já o líder petista Rui Falcão celebrou a manifestação dos estudantes dizendo que “hoje é dia de Lula”, sem explicar exatamente o que os cortes na área de Educação têm a ver com o presidiário petista. Por fim, mas não menos significativo, o PT pegou carona nos protestos para lançar suas palavras de ordem contra a reforma da Previdência, numa descarada tentativa de sequestrar, para seus propósitos deletérios, o legítimo movimento dos estudantes e professores.
Enquanto isso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, exercia aquela que parece ser sua principal habilidade — provocar protestos contra sua pasta e contra o governo. Depois de ter sido o responsável direto pelas expressivas manifestações do dia 15 passado, por ter dito que cortaria verbas de universidades que, em sua opinião, se dedicavam à “balbúrdia”, Weintraub advertiu os estudantes e professores que o Ministério da Educação (MEC) está atento àqueles que, segundo ele, estavam “coagindo os alunos” a participarem dos protestos contra o governo. E o titular da Educação foi além: em nota oficial, mandou dizer que “professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar” e que essa atitude deve ser denunciada ao MEC. Ou seja, o ministro da Educação acha que pode exigir que até mesmo os pais de alunos sejam proibidos de externar suas opiniões políticas, sob o argumento de que atrapalham a aula.
É óbvio que tal atitude provocará novas manifestações — tão óbvio que é natural presumir que seja exatamente isso o que o ministro Weintraub pretende.
Nesse ponto, portanto, os extremos se tocam e se alimentam reciprocamente. Para o PT, quanto mais o governo chamar para a briga, melhor, pois recoloca o partido em evidência depois das sovas eleitorais que sofreu em razão do profundo descrédito em que caiu, por ter sido o grande protagonista da crise política, econômica e moral que abalou o País; para o governo, ao que parece, quanto mais os petistas se assanharem, melhor, pois isso mantém vivo o inimigo criado para eleger o presidente Jair Bolsonaro, um político inexpressivo cuja única promessa concreta na campanha era encarnar com todas as suas forças o ódio contra o PT; ao mesmo tempo, e talvez isso seja o mais importante, o entrevero com os petistas ajuda a desviar a atenção da espantosa falta de talento de Bolsonaro para governar.
É evidente que ninguém ganha com isso, exceto os extremistas. O momento crítico que o Brasil vive demanda sobretudo serenidade e disposição para o diálogo. O País não pode se perder em disputas estéreis, estimuladas com o único propósito de causar confusão — hábitat natural dos demagogos em geral. É perda de tempo esperar que o PT se emende, pois esta é sua natureza; já do presidente da República e de seus ministros, se realmente estiverem interessados em um “pacto” republicano, espera-se que deixem de fomentar atritos inúteis, pois estes só se prestam a alimentar a polarização que tanto mal está fazendo ao País’’. https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,a-quem-interessa-a-polarizacao,70002851899
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ANÁLISE DO UOL SOBRE A POLARIZAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL E NO MUNDO.
ACESSE O LINK. ELE É DE 2018, MAS APRESENTA ÓTIMA ANÁLISE DO FENÔMENO.
Em 2016, durante as manifestações do Impeachment, pela primeira vez na história de Brasília (DF) um muro de metal dividiu ao meio a Esplanada dos Ministérios. Ele foi instalado para tentar manter a segurança de manifestantes de posições contrárias (pró e contra governo). A divisão em frente ao Congresso Nacional simbolizou a escalada das tensões, num muro que representava também a divisão ideológica do país. Desde 2013 o país vive uma crise política marcada por momentos-chave: os protestos de junho de 2013, os panelaços antigoverno, o Impeachment de Dilma Rousseff (2016), a prisão do ex-presidente Lula (2018) e a greve dos camioneiros (2018). Muitas manifestações reverberaram  o n... - Veja mais em https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/politica-a-polarizacao-radical-no-brasil.htm?cmpid=copiaecola
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“Em tempos de ódio, parece que nossa melhor saída é a transgressão pelo afeto”.
A frase que encima essa coluna é de Iacyr Anderson Freitas, um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos. Ela revela bem o estranho e perigoso momento que estamos vivendo, no qual posicionarmo-nos em relação a todo e qualquer assunto, dos mais singelos aos mais polêmicos, tornou-se um exercício complexo. A sociedade brasileira encontra-se dividida em duas porções, a das pessoas que pensam como nós (os bons, inteligentes e honestos) e a das que pensam diferente de nós (os maus, burros e corruptos). A partir desse dualismo primário temos redefinido nossas amizades, amores e visão de mundo. Aceitar isso, no entanto, é trilhar o caminho pantanoso da mediocridade.
Recentemente, voltando de uma viagem de trabalho a Macau, ouvi, no trecho entre Dubai e São Paulo, um homem de seus trinta anos explicando à jovem argentina que regressava a Buenos Aires após o intercâmbio de um ano na Austrália, que a principal característica dos brasileiros era a tolerância. Decerto, ele buscava impressionar a moça com uma conversa mais intelectualizada e evocava a favor de seus argumentos todos aqueles estereótipos autocomplacentes que usamos para absolver as nossas mazelas, a “democracia racial”, a “alegria”, a “liberdade sexual”, a “diversidade da composição étnica”, etc.
Se pudesse interferir na conversa deles – o que não fiz – teria perguntado se podemos classificar de tolerante uma sociedade racista (que discrimina os descendentes de africanos e os índios), machista (cerca de cinco mil mulheres mortas por ano, o quinto maior índice de feminicídio do planeta), homofóbica (líder mundial de assassinatos de homossexuais), xenófoba (no caso, nossa intransigência é seletiva, apenas contra imigrantes pobres), e também, descobrimos há não muito tempo, fascista. Porque é uma atitude autoritária tentar impor nossas opiniões ao outro, e, quando frustrados, procurarmos desclassificar agressivamente nosso interlocutor. O totalitarismo não tem lado – ceifa à esquerda e à direita com a mesma intensidade.
O dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues definiu certa vez o Brasil como a “pátria de chuteiras”. Dizia-se, na década de 1970, auge do futebol nacional, que éramos 90 milhões de técnicos, tal a paixão despertada pelo chamado esporte bretão. O país mudou, o futebol entrou em decadência, e transferimos e aprofundamos nosso ardor para a política. É no campo de batalha da internet que exercitamos hoje o papel de julgadores de nossos adversários, tornados de maneira sumária nossos inimigos. Envergando a toga da intolerância e sentados na cadeira das certezas absolutas, avaliamos implacáveis uns aos outros, condenando, cegos pelo ódio e pelo ressentimento, todo aquele que de nós ousar divergir, mesmo que minimamente.
O totalitarismo não tem lado – ceifa à esquerda e à direita com a mesma intensidade
O presidente Getúlio Vargas, que chegou ao poder por meio de um golpe de estado em 1930, renovado em 1937 com a instituição de uma ditadura, implementou sob seu governo uma legislação trabalhista e introduziu o Brasil na era industrial, criando as bases da nossa modernidade. O cognominado “pai dos pobres” administrou o país com mão de ferro, perseguindo os opositores – principalmente os comunistas – e entupindo as cadeias de presos políticos. Vargas tinha como lema “aos amigos, tudo, aos inimigos o rigor implacável da lei”, prática que parece revivida nos tempos que correm.
Quando crianças, ainda despidos de uma bagagem emocional e intelectual mais sofisticada, tendemos a separar as coisas do mundo em pares antagônicos para melhor entendê-lo: o dia e a noite, o doce e o salgado, o frio e o quente, o mocinho e o bandido. Trata-se de uma visão egocêntrica e rudimentar, que entretanto se transforma e diversifica à medida em que nos tornamos adultos. O problema é que nós, os brasileiros, por algum motivo, permanecemos confinados a essa visão infantilizada e binária que nos impede de enxergar algo que até a autora de best-seller erótico Erika Leonard James já descobriu: entre o preto e o branco há pelo menos 50 tons de cinza...
Comecei esse artigo evocando um poeta, termino citando o escritor Jeferson Tenório, que em artigo no jornal Zero Hora, sentenciou: “Em tempos de ódio, parece que nossa melhor saída é a transgressão pelo afeto” https://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/30/opinion/1459339584_372231.html
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Você já entrou em uma discussão política com alguém de posição oposta à sua? Eu já! O então “adversário”, que eu conhecia há 3 anos, hoje não fala mais comigo. Seria possível um debate franco entre “esquerda x direita” sem que se crie ódio um pelo outro?
O diálogo entre os dois espectros é indispensável, mas no Brasil ele existe? Tenho posição definida, mas gosto de me manter imparcial em relação ao que leio. Costumo acessar sites de esquerda e também leio artigos de escritores da direita, quase sempre de tocaia, leio a notícia e depois passo pela seção de comentários.
Já pude perceber que se estou em um ambiente esquerdista e alguém da direita comenta por lá (ou vice-versa), esta pessoa serácom toda a certezamassacrada! É quase impossível se estabelecer um diálogo respeitoso entre as duas partes, isto não acontece somente com anônimos. “Ícones” dos dois lados (tais como Caetano Veloso e Olavo de Carvalho, por exemplo) também não costumam trocar gentilezas.
Quem perde com essa ausência de debate civilizado? A resposta é fácil: o país!
Hoje estamos em meio a uma guerra cibernética de ideologias. São os “idiotas úteis” contra os “reacionários”, mas por que há tanto ódio entre os dois lados? Já temos e/ou tivemos ditaduras de esquerda e de direita mundo afora eimagino eua maioria da população brasileira é contra quaisquer ditaduras.
Se eu estiver mesmo certo neste ponto, faria sentido toda essa insistência em tentar calar alguém com uma opinião divergente da sua? Tal atitude só explicita o pensamento totalitarista, logo, hipócrita destes indivíduos que pregam a democracia mas não aceitam contradições.
Seria possível uma nação prosperar sem que houvesse oposição às ideias do governo? Talvez… Mas para dar certo, esse teria de ser o país com as pessoas mais sinceras e bem intencionadas do mundo, caso este que não é o do Brasil.
Com o cenário atual, de ódio a ideias opostas, o país só tem a perder. Sei que isso ocorre em qualquer parte do mundo, afinal, a intolerância entre esquerda e direita não é uma exclusividade nossa, mas e se houvesse um diálogo aberto e civilizado entre os dois lados, os debates políticos não seriam melhores e mais interessantes?
Sem essa conversação tão importante, o avanço corre sério risco de ser retardado, uma vez que temos um lado ignorando ideias progressistas (favoráveis ao progresso, não necessariamente esquerdistas) do lado oposto.
Temos um imenso número de analfabetos políticoso que é triste —, imagino que o motivo primordial seja a falta de interesse no assunto, simples e puramente. Porém, acredito que outros deixam de se alfabetizar pelo fato de não quererem entrar em um ambiente tão hostil. É raro encontrar uma pessoa que não compartilhe de sua opinião e mantenha um debate sem ofensas. A meu ver, isso acaba sendo um desserviço à juventude despolitizada.
Precisamos aprender a dialogar e respeitar quem tem opiniões contrárias, ao invés de crucificá-las e demonizá-las ao primeiro sinal de divergência ideológica.
Você que é de esquerda, acha mesmo que todos da direita são pessoas ruins?
Você que é de direita, acha mesmo que todos da esquerda são pessoas ruins?
Coloque-se de forma imparcial e reflita sobre, faça sua parte neste ponto e ajude a melhorar o debate político entre indivíduos de posições opostas para que isso deixe de ser um problema (quase um tabu). No final, somos apenas cidadãos que acreditam em caminhos diferentes para a prosperidade da nação. https://www.elhombre.com.br/o-odio-entre-direita-e-esquerda-esta-atrasando-o-brasil/